Biografias

Graham Chapman foi polêmico do início ao fim da vida

Graham Arthur Chapman nasceu em Leicester, Leicestershire, Inglaterra, no dia 8 de janeiro de 1941, e faleceu no dia 4 de outubro de 1989, em Maidstone.

A profissão de seu pai, Walter, obrigava a sua família a mudar-se constantemente. Assim, Chapman e o seu irmão mais velho, John, passaram por várias escolas.

Aquela que parece ter sido sua maior influência foi a Melton Mowbray Grammar, onde ele se apaixonou pelo teatro.

Foi também nesta época que Chapman viu um vídeo do Cambridge University Footlights Revue Cambridge Circus. E gostou.

Em 1959, Graham foi admitido em Cambridge, depois de ter passado nos exames sem grandes dificuldades.

Sua participação no grupo de teatro foi o principal motivo que o fez decidir o que queria fazer no futuro.

Uma das produções do grupo foi exibida no Festival de Edimburgo e fez um enorme sucesso, o que os levou à Nova Zelândia, à Broadway e até ao The Ed Sullivan Show, em outubro de 1964. Os pais de Chapman não aprovaram a sua ida, pois ele teria de interromper os estudos durante um tempo.

No entanto, Graham Chapman teve a oportunidade de conhecer a Rainha Mãe, e perguntou se deveria ir com o grupo ou ficar em Cambridge estudando. A Rainha Mãe disse que ele deveria ir. Quando Graham contou isto aos seus pais, eles aceitaram a ideia.

Ao retornar, Chapman terminou o curso de Medicina entre os melhores alunos.

MONTY PYTHON

Os esquetes clássicos da dupla Chapman/Cleese incluem o “Raymond Luxury Yacht” (o especialista em pele com um nariz enorme) e o “Dead Parrot (O Papagaio Morto)”. Os seus papeis no programa aproximaram-se mais da sua própria personalidade: personagens calmas, figuras autoritárias e imprevisíveis.

Durante os anos, os problemas de alcoolismo de Chapman afetaram muito o seu desempenho.

Seus piores momentos foram vividos durante as filmagens de Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado. Muitas vezes, Graham não se lembrava das suas falas ou não conseguia executar algumas partes mais físicas do seu papel, como na cena da Ponte da Morte. Ele não conseguia atravessar a ponte, por se encontrar embriagado.

Um dos maiores desafios para Chapman durante as filmagens aconteceu no primeiro dia. Como o grupo estava filmando numa zona remota da Escócia, era impossível comprar álcool.

Em A Vida de Brian, Chapman já tinha resolvido os seus problemas relacionados ao álcool. Os outros Pythons ficaram surpreendidos e diziam que ele tinha se tornado um “santo” uma vez que, todos os dias, dava consultas e fazia pequenas cirurgias a qualquer membro da equipe de filmagem.

VIDA PESSOAL

Manteve a sua homossexualidade em segredo até aos anos 70, quando revelou publicamente durante uma entrevista num talk show. Ele foi uma das primeiras celebridades a admitir a sua homossexualidade e na época provocou polêmica.

Logo após o anúncio, uma espectadora escreveu para o grupo dizendo que tinha ouvido falar que um dos membros que não foi digno em revelar a identidade, era gay. Juntamente com a carta, ela enviou cerca de 20 páginas de orações que, se fossem repetidas todos os dias, poderiam salvar o membro em questão do inferno. Eric Idle, ciente da orientação sexual do amigo, enviou uma carta à espectadora onde dizia:

“Descobrimos quem era e o matamos”

Mais tarde, no seu livro, “A Autobiografia de um Mentiroso”, Chapman escreveu, que, como John Cleese não entrou na 4a temporada da série Flying Circus, a mulher deve ter levado a carta a sério.

MORTE

Em 1988, a saúde de Graham Chapman começou a deteriorar-se. Os seus anos de alcoolismo tinham deixado a sua marca e seu fígado estava em mau estado. Mas foi outra coisa que o matou.

Em novembro do mesmo ano, durante uma consulta de rotina no seu dentista, ele reparou que as suas amígdalas estavam estranhamente grandes.

Mais tarde descobriu-se um tumor maligno nas amígdalas, que teve de remover. O médico descobriu que o problema nas amígdalas derivava de um cancro na coluna. Chapman foi operado e removeu o tumor, mas ficou confinado a uma cadeira de rodas.

No dia 1º de outubro, foi hospitalizado depois de um ataque cardíaco grave que se tornou numa hemorragia interna.

No dia 4 veio a falecer. A morte de Chapman ocorreu na véspera do 20º aniversário da primeira transmissão do Monty Python’s Flying Circus, algo a que Terry Jones chamou de

O pior caso de festa perdida da História.

Em vez de marcarem presença no funeral, os Pythons organizaram um Memorial, com todos os amigos de Graham, para celebrar a sua vida. O elogio feito por John Cleese é um dos mais famosos. Os outros Pythons também discursaram, sendo que Eric Idle tinha lágrimas nos olhos e disse que Graham tinha preferido morrer a ouvir Michael Palin falar.

No dia 31 de dezembro de 1999, houve rumores de que as cinzas de Chapman tinham sido lançadas para o céu por um foguete. Na verdade, as suas cinzas foram espalhadas pelo seu companheiro David Sherlock, em Snowdon, no norte do País de Gales, em 2005.

Thiago Meister Carneiro

Jornalista Especialista em Estudos Linguísticos e Literários, 41 anos na cara. Às vezes grava vídeos para o canal "Monty Python Brasil" no youtube e às vezes assiste Monty Python na Netflix. Autor dos livros "A História (quase) Definitiva de Monty Python" e "O Guia da Carreira-Solo dos Membros do Monty Python".

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